A assimetria de drosofilídeos (Insecta, Diptera) não é afetada pelas estações no Cerrado brasileiro

Abstract

O desenvolvimento de um organismo é um processo controlado, que pode ser alterado por estresses genéticos ou ambientais. Embora a assimetria flutuante seja amplamente utilizada como um indicador de instabilidade do desenvolvimento, sua eficácia tem sido questionada devido aos resultados contraditórios produzidos por essa técnica que, pelo menos em parte, provavelmente reflete inadequação metodológica. Aqui, nós investigamos se a assimetria das asas dos drosofilídeos na savana brasileira aumenta durante estação seca, considerada estressante para esses insetos. Usando protocolos elaborados para evitar problemas metodológicos, analisamos as asas de Zaprionus indianus e três espécies do gênero Drosophila (D. mercatorum, D. simulans e D. sturtevanti). Não foram encontradas diferenças significativas na assimetria das asas de nenhuma das quatro espécies entre as estações seca e chuvosa. Os níveis semelhantes de assimetria nas duas estações podem significar que durante a estação seca os drosofilídeos são submetidos a forte seleção natural e os indivíduos assimétricos têm menos chance de sobreviver. Alternativamente, a baixa umidade ambiental pode simplesmente não afetar a simetria das asas. Embora nosso estudo tenha adicionado mais dados à relação entre assimetria e estresse, essa discussão parece estar longe de ser resolvida.