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Título: Zoneamento, similaridade e diversidade do estrato herbáceo-arbustivo de duas veredas no Distrito Federal
Autor(es): Santos, F.F. de M.
Data de publicação: 28-Fev-2013
Citação: Santos, F.F. de M. (2012)
Abstract: "A vereda é uma fitofisionomia do bioma Cerrado predominantemente herbáceo-arbustiva, situada em cabeceiras de drenagem e rica em biodiversidade, tendo o buriti como elemento principal. Ocorre em solo saturado durante maior parte do ano, onde a água escoa lentamente. As veredas podem ocorrer em vales com declividade acentuada se o local for geologicamente recente. O grau de deposição de sedimentos é também variável, bem como a vegetação circundante, que é mais lenhosa em veredas de estágio sucessional avançado, com poucos buritis jovens, por causa de mudanças na drenagem. As variações acima, a textura do solo, a profundidade do lençol freático e diferenças edáficas, relacionadas aos nutrientes do solo e matéria orgânica, afetam o zoneamento (definido como a separação florística em zonas da borda, meio e fundo dentro da vereda), além da similaridade e diversidade de espécies vegetais entre veredas diferentes. Foram estudadas duas veredas localizadas no Distrito Federal (Brasil). As duas áreas distam pouco menos de 30 km uma da outra. A primeira, uma vereda na Floresta Nacional de Brasília (FLONA), ocorre em declive acentuado, sendo alagada no fundo (brejo permanente). A segunda, situada na Estação Ecológica do Jardim Botânico de Brasília (EEJBB), ocorre em declive suave. Uma parte da área na EEJBB é coberta por Trembleya parviflora, onde ocorre estrato herbáceo homogêneo e foi denominada “trembleial”. Além disto, a EEJBB apresenta campos com murunduns dispersos pela maior parte da área, resultando em relevo distinto. As duas áreas são, portanto, diferentes em suas características. Os objetivos deste trabalho foram verificar a diferença de diversidade e a similaridade florística do estrato herbáceo-arbustivo destas duas veredas no Distrito Federal e verificar se, dentro das mesmas, existe zoneamento florístico. Os resultados foram relacionados com as características já citadas, que presumivelmente afetam o zoneamento, a diferença de diversidade e a similaridade de espécies. As áreas foram amostradas na estação chuvosa. A amostragem da vegetação foi feita pelo método de intersecção na linha. A diferença de diversidade foi avaliada pelo teste t de Hutchingson e a similaridade pelo índice de Chao-Sørensen. A exploração das variáveis ambientais foi feita pela análise de componentes principais e os dados de solo coletados em campo segundo procedimentos padrões. A detecção do zoneamento florístico foi feita pela análise de cluster, atribuindo-se linhas amostrais a priori às zonas da borda meio e fundo nas duas veredas (e também zona do “trembleial” na vereda EEJBB). Na vereda EEJBB (onde houve zoneamento) uma análise de escalonamento multidimensional não métrico complementou a análise, testando a distribuição espacial de espécies mais abundantes a fim de relacioná-las com as variáveis ambientais menos redundantes e o zoneamento. Também na vereda EEJBB, as espécies mais abundantes foram classificadas por intervalos de profundidade do lençol freático onde ocorrem e comparadas com a ocorrência das mesmas na Estação Ecológica de Águas Emendadas. Correlações de Pearson para profundidade do lençol freático, percentagem de argila, capacidade de troca catiônica e matéria orgânica foram testadas para espécies com valor de importância maior que 8,5 na EEJBB e comparadas com a outra vereda. As diversidades foram diferentes (H’= 3,93 e 3,02; p<0,01, t=13,50) e tiveram alta similaridade (Chao- Ørensen=65,36%± 0,00). A vereda menos diversa foi a EEJBB, devido à homogeneidade florística do trembleial, dominado por Lagenocarpus rigidus, também devido à ausência do brejo permanente e variações no microrelevo causado pelos campos de murunduns, que favorecem a ocorrência de espécies adaptadas a lençol freático mais profundo. A profundidade do lençol freático, em combinação com as variáveis capacidade de troca catiônica, alumínio e outras foram responsáveis pelo zoneamento e diferenças na abundância de espécies na vereda EEJBB. A variável matéria orgânica, tomada isoladamente, teve as maiores correlações de Pearson com cobertura absoluta das espécies e as correlações foram geralmente maiores na primeira área. As linhas amostrais das duas veredas formaram dois grupos distintos na análise de cluster, demonstrando que as duas veredas eram florísticamente diferentes, o que confirmou o resultado de similaridade e também provou que não houve correspondência de zoneamento ambiental entre as zonas das duas veredas. As duas únicas zonas formadas na análise de cluster (trembleial e zona do fundo na vereda EEJBB) tiveram seus próprios padrões de composição de espécies. Houve semelhança das classes de profundidade do lençol freático em que as espécies ocorreram com as mesmas classes em outra vereda no Distrito Federal (Estação Ecológica de Águas Emendadas). A análise de componentes principais mostrou que as duas veredas foram distintas com relação às variáveis ambientais. As diferenças ambientais entre as veredas explicaram a diferença de diversidade entre as duas e, o nível de similaridade. Entretanto, as diferenças entre as duas veredas também podem ser devidas ao estágio sucessional. São necessários estudos semelhantes para uma compreensão profunda do tema." (O autor)
URI: http://jbb.ibict.br//handle/1/642
Aparece nas coleções:2.5.3 TCCs, Dissertações e Teses

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